Por acreditar
que existe um
grupo de leitores
deste “blog” que
ainda são muito jovens, gostaria de
iniciar fazendo um
pequeno esclarecimento: vivemos
no Brasil, durante longo
tempo ( mais
de vinte anos ),
sob o manto sombrio
de
uma ditadura militar que
destruiu muitas coisas
boas que havíamos
construído em nossa
jovem república.
Com muito
sacrifício, incluindo a vida de
muitos que lutaram
contra o regime
militar, conseguimos redemocratizar
o nosso querido
país e hoje
estamos vivendo numa democracia, ainda
jovem e com
muitos problemas , mas
uma democracia .
Ouvi, muitas
vezes, e agora
repasso para os ilustres
leitores, que a
manutenção de uma
democracia tem um
custo elevado e
o maior componente
na formação desse
custo é a
“eterna vigilância”.
O que
nos empurrou para
uma fase terrível
da nossa história
foi um golpe
militar maquinado aqui
e alhures por
pessoas e instituições
que estavam mais
preocupadas com a
preservação dos seus
grupos políticos, empresariais
e familiares e a sua
manutenção sob os
holofotes do poder.
Com isto, nossa
soberania foi negociada
e o que
havíamos conquistado até
então escoou pelo
ralo da história
levando-nos ao patamar
de uma nação
empobrecida apesar de
tantos recursos que
sempre possuímos .
Recentemente, pessoas
saudosistas, com o
beneplácito dos muitos
que já haviam
se beneficiado dos
horrores do regime
militar, intentaram contra
a nossa democracia
e, desta feita,
num golpe civil,
feriram-na quase de
morte.
Nossa democracia agoniza. Precisamos salvá-la a todo custo .
Basta que lembremos
da necessidade da
sua eterna vigilância .
Na esteira
do recente golpe
civil que lhe
foi intentado, surgem
nomes pleiteando um
cargo no posto
maior do seu
poder executivo . Pessoas
que, no passado,
trocaram afagos com a ditadura
militar inclusive com
seus grupos de torturadores
e
que hoje querem
posar como salvadores
da pátria.
Mas não
são só os
que pleiteiam cargos
no poder executivo.
Precisamos lembrar dos
perigos que representam
para nossa democracia
os falsos baluartes
da “honra, da
seriedade e da
dignidade”, que, sob
essa bandeira, apoiaram
o prefalado golpe civil e
que agora estão
tentando se reeleger
para as nossas
casas legislativas .
Nem os meios de
comunicação escapam, pois,
salvo exceções, se
houver, estão diuturnamente
trazendo aos nossos
lares informações distorcidas sobre
a verdade dos
fatos, como aconteceu
durante os meses que
antecederam o famigerado golpe
civil . Diziam que
estávamos diante do
maior escândalo de corrupção da história do
Brasil mas esqueceram
de dizer com
qual período ou
com quais períodos
estavam comparando .
Iniciamos uma
campanha eleitoral para Presidente
da
República; Governadores dos Estados e
do Distrito Federal ;
Câmara dos Deputados
e Senado Federal
( renovação de
dois terços ) .
A maior
ameaça à uma
democracia é a falência das suas instituições.
As nossas
instituições estão, muitas
delas falidas e
algumas em estágio pré-falimentar. Entristece-me apreciar
nos noticiários tantas denúncias contra
pessoas que ocupam
altos postos nos
nossos poderes (
Executivo, Legislativo e
Judiciário ), e estas denúncias
seriam
ainda mais
contundentes se não
fossem tão seletivas,
pois, na maioria
dos casos, a imprensa
procura antes saber “de quem
se trata” para
depois fazer as
suas manchetes .
A imprensa
é um dos guardiães de uma
democracia. A nossa
imprensa ( dita
grande ), é uma
imprensa ruim, mas
uma imprensa que
existe graças à
democracia. Nos tempos
da ditadura militar
ela, a
imprensa, não se
manifestava . Alíás, parte dela
havia apoiado o
golpe militar assim
como fez com o golpe
civil recente .
São coisas
que entristecem. São
coisas que assustam mas
, como bom
brasileiro, nunca perco
a fé. Amo
o meu país
e sempre acreditarei
nele e na
grande maioria do
seu povo.
Estamos às
portas de eleições
que poderão definir
os caminhos que
deveremos percorrer rumo
ao futuro. Ou
fazemos escolhas que
nos possibilitem chegar com
mais otimismo aonde queremos
ir ou fazemos
escolhas que nos
empurrem direto de
volta ao passado !
Por isto
olho para o
Brasil, meu querido Brasil, e
lhe dirijo a
seguinte pergunta : para
onde vais ?